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O que é restaking em DeFi (e por que todo mundo fala de LST e LRT em 2025)

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Entenda o que é restaking em DeFi, como funcionam LSTs e LRTs, quem são EigenLayer, Symbiotic e Karak e quais os riscos dessa “nova fase” do DeFi 2.0.


Introdução: DeFi morreu ou só mudou de fase?

Se você viveu o boom de DeFi em 2020 a 2021, provavelmente lembra de farms insanas, APYs irreais e projetos que sumiam tão rápido quanto apareciam. Muita gente decretou a “morte de DeFi” depois do bear market. Só que em 2025, uma nova narrativa domina o jogo: DeFi 2.0 com restaking, LSTs e LRTs.

Termos como EigenLayer, Symbiotic, Karak, liquid staking, liquid restaking tokens (LRTs) viraram linguagem padrão em relatórios de mercado e threads cripto. Ao mesmo tempo, começou o debate pesado: isso é inovação real ou uma bomba-relógio sistêmica disfarçada de rendimento fácil?

Neste artigo, você vai entender:

  • O que é restaking em termos simples;
  • Por que ele é uma peça central do que muita gente chama de DeFi 2.0;
  • A diferença entre LSTs (Liquid Staking Tokens) e LRTs (Liquid Restaking Tokens);
  • Quem são EigenLayer, Symbiotic e Karak nessa “guerra de restaking”;
  • Quais são os riscos reais (slashing em cascata, risco sistêmico, rehypothecation);
  • Como um investidor brasileiro pode se expor com mais consciência – ou decidir ficar de fora.

Se você quer navegar esse novo ciclo sem cair na armadilha do “yield a qualquer custo”, fica até o final.


DeFi 2.0: da fazenda de yield ao restaking

Depois do estouro do hype de 2020 a 2021, o TVL (total travado em DeFi) passou por um longo inverno. Em 2025, o valor travado volta a se aproximar das máximas, passando da casa dos US$ 150 bilhões e uma parte importante desse retorno está ligada a staking, liquid staking e restaking.

A narrativa muda de:

  • “Acha qualquer farm com APY gigante e entra”

para:

  • “Como extrair camadas de rendimento em cima de ativos já staked, com alguma noção de risco”.

É aí que entram:

  • LSTs tokens de liquid staking, como stETH, que representam ETH em staking, mas ainda líquidos;
  • Restaking reaproveitar esse stake para proteger outros protocolos além da blockchain base;
  • LRTs tokens de liquid restaking, que empacotam essa segunda camada em um ativo ainda utilizável em DeFi.

O que é restaking, na prática?

Vamos simplificar.

No staking tradicional (por exemplo, ETH):

  • Você trava seu ETH para ajudar a validar blocos na rede;
  • Recebe uma recompensa (yield) em troca;
  • Em geral, seus ativos ficam com pouca ou nenhuma liquidez durante o período de staking.

No restaking:

  • Você pega o mesmo ETH já em staking, ou um LST (como stETH),
  • E usa esse ativo como garantia em mais de um protocolo ao mesmo tempo;
  • Assim, ele passa a proteger múltiplas redes/protocolos (rollups, oráculos, AVSs – Actively Validated Services) e recebe recompensas adicionais.

É como se seu ETH:

  • Ajudasse a proteger o Ethereum
    • um oráculo
    • uma rede de dados
    • um rollup,
      tudo com o mesmo capital.

Restaking x staking tradicional

Staking tradicional:

  • 1 função de segurança (ex.: proteger Ethereum);
  • 1 fonte de yield (recompensa da rede);
  • Risco mais “isolado”: se der problema só na rede principal, é lá que você sofre.

Restaking:

  • Várias funções de segurança ao mesmo tempo (Ethereum + serviços adicionais);
  • Múltiplas fontes de yield (staking base + taxas dos AVSs ou protocolos extras);
  • Risco interconectado: se um dos protocolos der problema, pode haver slashing (penalidade) em cima da sua posição completa.

É justamente essa interconexão que deixa reguladores, analistas e alguns desenvolvedores em alerta.


Quem são EigenLayer, Symbiotic e Karak nas “guerras de restaking”

Em 2025, muita gente resume o cenário assim: “as guerras de restaking”.

Alguns protagonistas:

EigenLayer

  • Construído em cima do Ethereum, é o protocolo que popularizou o conceito de restaking;
  • Permite que ETH nativo em staking ou LSTs sejam “restaked” para proteger AVSs (Actively Validated Services);
  • Evoluiu de um “protocolo de restaking puro” para uma espécie de “nuvem verificável”, mirando aplicações empresariais e institucionais.

Symbiotic

  • Se posiciona como o primeiro protocolo de restaking totalmente permissionless;
  • Foca em uma arquitetura modular, dando mais personalização para aplicações nativas de DeFi e permitindo que os próprios protocolos definam como querem estruturar risco e segurança.

Karak

  • Disputa o mesmo espaço de “shared security / restaking”;
  • Se vende como um modelo flexível para vários tipos de ativos e cadeias, integrando restaking a diferentes ecossistemas, e não só Ethereum.

Na prática, estamos vendo:

  • Uma corrida por TVL;
  • Incentivos agressivos (airdrops, pontos, campanhas de yield);
  • Diferentes filosofias de governança, permissionamento e gestão de risco.

O que são LSTs (Liquid Staking Tokens) e LRTs (Liquid Restaking Tokens)

Para entender por que todo mundo fala de LRTs, você precisa primeiro entender o papel dos LSTs.

LST – Liquid Staking Token

Quando você faz liquid staking, funciona assim:

  • Você deposita um ativo (por exemplo, ETH) em um protocolo que faz o staking por você;
  • Em troca, recebe um token (ex.: stETH) que representa sua posição em staking;
  • Esse token continua acumulando as recompensas de staking
  • Mas é líquido: você pode usar em DeFi como colateral, prover liquidez, etc.

É uma forma de driblar o lockup, mantendo sua exposição à rede e desbloqueando o uso do capital.

LRT – Liquid Restaking Token

O próximo passo foi:
“Se já temos um token líquido de staking, por que não criar um token líquido de restaking?”

Os LRTs (Liquid Restaking Tokens):

  • Representam uma posição que já está restaked em protocolos como EigenLayer, Symbiotic etc.;
  • Combinam recompensas de staking base + recompensas de restaking;
  • Continuam negociáveis e usáveis como colateral em outros protocolos DeFi.

Em outras palavras:
é o seu “ETH já staked e restaked” empacotado em um único token.


Como os LRTs empilham camadas de rendimento

De forma simplificada, a cadeia fica assim:

  1. Você faz staking de ETH → ganha yield 1 (staking base);
  2. Você converte em LST (ex.: stETH) e usa em DeFi → adiciona yield 2 (DeFi, pools, lending etc.);
  3. Você usa esse LST em restaking, recebendo um LRT → adiciona yield 3 (recompensas de restaking/AVSs).

Relatórios e guias de mercado apontam que:

  • LSTs já representam mais de 50% do TVL de DeFi, tamanha a importância como colateral;
  • O mercado de liquid restaking pode saltar de pouco mais de US$ 2 bilhões em 2024 para algo na casa de US$ 25 bilhões até 2035, se a tendência continuar.

Mas cada camada extra de yield traz também camadas extra de risco.


Por que restaking virou o centro da nova fase de DeFi

Alguns motivos explicam o hype:

  1. Busca por capital efficiency
    O mercado cripto sempre corre atrás de fazer mais com o mesmo capital. Restaking e LRTs são exatamente isso: extrair múltiplos fluxos de rendimento do mesmo ativo travado.
  2. Demanda por segurança compartilhada
    Novas redes, rollups e serviços não querem construir toda a segurança do zero. Usar o stake de Ethereum (ou de outras cadeias) como camada de segurança compartilhada é uma forma de bootstrapar confiança.
  3. Infraestrutura para DeFi 2.0
    Artigos que mapeiam narrativas de 2025 colocam liquid staking, restaking e DeFi mais “institucionalizável” como um dos pilares da nova fase.
  4. Marketing poderoso
    “Mesmo ETH, mais yield, sem vender nada” é uma mensagem que vende muito. Especialmente quando combinada com a cultura de pontos, airdrops e “season de LRTs”.

Os riscos escondidos do restaking e dos LRTs

Aqui é onde a conversa fica séria.

1. Slashing em cascata e risco interconectado

Em um modelo de restaking:

  • Seu ativo pode estar protegendo vários serviços ao mesmo tempo;
  • Se qualquer um desses serviços tiver um problema grave (ataque, falha de design, comportamento malicioso de operadores), você pode sofrer slashing (perda de parte do stake);
  • Isso pode afetar muitos participantes ao mesmo tempo, porque todos estão usando a mesma “base de segurança”.

Alguns analistas comparam esse risco ao de rehypothecation no mercado tradicional (quando a mesma garantia é reutilizada várias vezes), aumentando a possibilidade de colapsos em cadeia.

2. Complexidade de risco difícil de medir

Com LRTs, você passa a ter:

  • Risco da rede base (ex.: Ethereum);
  • Risco do protocolo de liquid staking;
  • Risco do protocolo de restaking;
  • Risco dos AVSs ou serviços que estão sendo protegidos;
  • Risco de smart contracts adicionais onde o LRT é usado em DeFi.

Relatórios voltados para institucionais defendem que restaking deve ser tratado como infraestrutura que exige underwriting e modelagem de risco, não só como um “bônus de yield”.

3. Incentivos que mascaram o risco real

  • Em muitos casos, o yield “gordo” não vem só da atividade econômica real, mas de incentivos inflacionários e campanhas de marketing;
  • Quando esses incentivos caem, o retorno pode despencar, deixando investidores presos em estruturas complexas de risco.

Por isso, alguns analistas já falam em restaking como uma espécie de “ticking time bomb” se não houver limites e boa governança.


Como um investidor brasileiro pode (ou não) usar restaking na estratégia

Não é porque algo está em alta que você precisa correr para entrar. Vamos pensar em níveis.

Perfil 1 – Conservador / começando em DeFi

Possível abordagem:

  • Foque primeiro em entender staking tradicional (como funciona, como é pago o yield, quais os riscos de custódia);
  • Se for usar liquid staking, faça com pequena parte do capital, em protocolos com mais histórico, auditorias e TVL relevante;
  • Evite LRTs até entender muito bem o que está por trás de cada camada.

Perfil 2 – Intermediário em DeFi, curioso com restaking

Possível abordagem:

  • Estudar a fundo 1 ou 2 protocolos (por exemplo, EigenLayer + um LRT mais estabelecido);
  • Limitar a exposição a um percentual pequeno da carteira cripto, pensando em “apostas de alta convicção, mas alto risco”;
  • Acompanhar métricas como TVL, auditorias, incidentes de segurança, desenho de slashing.

Perfil 3 – Avançado, alto risco, foco em yield

Possível abordagem:

  • Mapear LRTs com melhor relação risco/retorno além do APY, avaliando:
    • quem são os operadores;
    • como funciona o slashing;
    • se há concentração em poucos validadores/provedores;
    • dependência de incentivos inflacionários;
  • Tratar essas posições como satélites, não como núcleo da carteira;
  • Ter um plano claro de reduzir exposição se a narrativa azedar (ex.: incidentes grandes, mudanças regulatórias, fim dos incentivos).

Em qualquer nível:

  • Nunca coloque em restaking o que você não suporta ver perder;
  • Não confunda “infraestrutura sofisticada” com “risco baixo”;
  • Lembre que yield maior quase sempre vem com risco maior.

FAQ – Perguntas frequentes sobre restaking, LSTs e LRTs

1. O que é restaking em termos simples?
É usar o mesmo ativo já em staking (ou um token que o representa) para proteger outros protocolos ao mesmo tempo, recebendo recompensas extras por isso. Em vez de seu ETH proteger só o Ethereum, ele passa a proteger também outros serviços e redes.

2. Qual a diferença entre LST e LRT?

  • LST (Liquid Staking Token): token que representa um ativo em staking (ex.: stETH). Ele acumula as recompensas da rede base e continua líquido.
  • LRT (Liquid Restaking Token): token que representa uma posição já restaked, combinando recompensas de staking + restaking, mantendo liquidez para uso em DeFi.

3. Restaking é seguro?
Não existe “seguro” em DeFi. Restaking adiciona camadas extras de risco: slashing em cascata, bugs em smart contracts, falhas nos serviços protegidos, problemas em operadores etc. Para muita gente, faz sentido só como pequena fatia de alto risco dentro da carteira.

4. Posso ganhar mais com LRTs do que com staking normal?
Sim, em muitos momentos os LRTs oferecem yield maior do que staking tradicional, justamente porque combinam várias fontes de retorno e incentivos. Mas esse extra vem com mais complexidade e mais pontos de falha.

5. Vale a pena entrar em restaking se eu ainda estou aprendendo DeFi?
Em geral, não é o melhor primeiro passo. Para quem está começando, faz mais sentido entender staking básico, segurança de carteiras, uso de DeFi simples. Restaking pode entrar depois, com pouco capital e muito estudo.

6. Como acompanhar o ecossistema de restaking sem se perder?

  • Siga dashboards de TVL e métricas de staking/restaking;
  • Leia relatórios de plataformas que comparam protocolos, riscos e APYs;
  • Acompanhe de perto notícias sobre EigenLayer, Symbiotic, Karak e principais LRTs – principalmente incidentes de segurança e mudanças nas regras de slashing.

Conclusão: restaking é a nova fronteira – mas não é mágica

O restaking e os LRTs são, sim, uma das grandes narrativas do DeFi 2.0:

  • Aumentam a utilidade e eficiência de capital de ativos em staking;
  • Criam uma camada de segurança compartilhada que pode acelerar o surgimento de novos protocolos;
  • Abrem espaço para estratégias sofisticadas de yield tanto para varejo avançado quanto para institucionais.

Mas, ao mesmo tempo:

  • Conectam riscos que antes estavam separados;
  • Tornam o sistema mais complexo e, potencialmente, mais frágil em cenários extremos;
  • Podem virar um problema sistêmico se a indústria só olhar para APY e ignorar a arquitetura de risco.

Se você é trader ou investidor brasileiro, o caminho mais inteligente é:

  • Estudar antes de entrar (e não o contrário);
  • Tratar restaking como ferramenta tática de alto risco, não como substituto de reserva de valor;
  • Ter um plano claro de exposição máxima, critérios de saída e diversificação.

Diego Alberto

Escritor

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