Event contracts nos EUA viraram disputa: estados tentam barrar contratos em esportes. Entenda risco regulatório, compliance por estado e cuidados.
Os event contracts nos EUA saíram do nicho e entraram no centro do debate regulatório especialmente quando o tema é esportes. O motivo é simples: quando o produto parece “aposta”, os estados tendem a tratar como jogo; quando a plataforma se define como derivativo, ela tenta se apoiar no trilho federal da CFTC.
Em 9 de dezembro de 2025, a Reuters reportou que Massachusetts buscou uma ordem judicial para bloquear a Kalshi de oferecer contratos de esportes no estado, argumentando que seria jogo não licenciado, enquanto a Kalshi sustenta que está sob regulação federal da CFTC.
Poucos dias antes, Connecticut anunciou ordens de cessar e desistir contra Kalshi, Robinhood Derivatives e Crypto.com, chamando a atividade de “unlicensed online gambling” no estado.
No próximo tópico você vai ver por que isso é uma “guerra de jurisdição” (e não só um caso isolado). Depois, como o investidor deve tratar esse tipo de disputa como risco operacional e não como “barulho de notícia”.
Por que event contracts nos EUA viraram disputa por estado
Quando um produto cresce rápido, ele chama atenção por dois caminhos: proteção ao consumidor e arrecadação/licenciamento. Em esportes, ambos são altamente sensíveis.
O argumento dos estados
Nos casos recentes, a tese comum é: contrato de evento em esporte = forma de aposta, portanto precisa de licença local e deve seguir regras de proteção. Connecticut, por exemplo, publicou que a atividade seria jogo online não licenciado e citou riscos ao consumidor.
Massachusetts, no relato da Reuters, também buscou impedir operações no estado com base na tese de gambling não licenciado.
O argumento das plataformas
A defesa típica é: “não é sportsbook, é mercado regulado de derivativos”, com supervisão federal. Isso muda totalmente o enquadramento pretendido e cria o ponto central: quem manda?
O risco real para o varejo: “compliance por estado”
Antes de decidir, entenda que o pior cenário para o investidor de varejo não é “ganhar ou perder no contrato”. É entrar num ambiente onde:
- o produto pode ser interrompido por ordem local
- a plataforma pode mudar oferta por jurisdição
- o acesso pode ser restringido repentinamente
- o tema vira disputa judicial
Connecticut foi explícito ao citar medidas contra múltiplas empresas, o que reforça a leitura de “compliance por estado” como vetor de risco.
Como avaliar esse risco sem cair em torcida
Uma leitura madura separa três camadas:
Camada legal
- O estado está emitindo ordens? Há ação judicial?
- A plataforma está contestando? Em qual instância?
Camada operacional
- Há bloqueio de usuários por localização?
- Mudança de catálogo (temas permitidos)?
- Alteração de regras de onboarding, KYC ou saque?
Camada comportamental
- Manchetes podem te induzir a operar “pelo evento”, com viés emocional.
- Produtos binários e de alta velocidade aumentam impulsividade e risco de perda.
O que fazer na prática (sem promessas)
- Evite operar em “notícia quente” de enforcement.
- Priorize educação e leitura de risco; não transforme isso em trade rápido.
- Se você é menor de idade, o caminho responsável é aprender estrutura e risco, não operar produtos de payoff binário.
Seção de FAQ
Event contracts nos EUA em esportes são legais?
A legalidade está em disputa: há ações e ordens estaduais contestando a oferta de contratos em esportes, e plataformas alegam supervisão federal.
O que aconteceu em Massachusetts com a Kalshi?
Segundo a Reuters, Massachusetts buscou ordem judicial para bloquear a Kalshi de oferecer contratos esportivos no estado.
Connecticut realmente mandou parar Robinhood Derivatives e Crypto.com?
Sim. O estado publicou ordens de cessar e desistir envolvendo Kalshi, Robinhood Derivatives e Crypto.com.
Por que isso é risco para o investidor?
Porque pode haver interrupção do produto, mudança de regras por estado e maior risco operacional.
Vale a pena operar “aproveitando a polêmica”?
Não é uma boa prática. A volatilidade de manchete e o risco operacional podem pesar mais do que qualquer “oportunidade”.
Conclusão
Os event contracts nos EUA em esportes viraram uma disputa direta entre estados e plataformas com casos recentes em Massachusetts e Connecticut mostrando que o tema está escalando.
O investidor responsável trata isso como risco regulatório e operacional, e não como entretenimento ou atalho.



