Event contracts nos EUA cresceram, mas estados reagem com ordens de cessar. Entenda o risco de compliance por estado e como se proteger.
O mercado “sim/não” em contratos de evento está ficando grande demais para ser ignorado. Só que o crescimento trouxe um efeito colateral: o risco deixou de ser apenas preço e virou jurisdição.
Em 3 de dezembro de 2025, o Departamento de Proteção ao Consumidor de Connecticut publicou que ordenou Kalshi, Robinhood e Crypto.com a cessarem operações por “unlicensed online gambling”, citando violação de leis estaduais de jogo.
Ao longo de 2025, a tensão também apareceu do lado federal: a Reuters reportou que a CFTC pediu à Robinhood para “rollback” de contratos ligados ao Super Bowl, levando a empresa a interromper a expansão desses contratos.
No próximo tópico você vai ver por que isso cria “compliance por estado”. Depois, como o investidor deve enxergar essa disputa como risco operacional.
O que significa “compliance por estado” em event contracts
Quando um estado emite uma ordem de cessar e desistir, três coisas acontecem:
- o acesso pode ser restringido por geolocalização
- o catálogo de contratos muda (temas retirados, limites, pausas)
- o risco jurídico contamina a experiência do varejo (incerteza e fricção)
Connecticut foi direto ao enquadrar as ofertas como jogo online não licenciado no estado.
E essa lógica tende a se repetir: outros estados também pressionaram ofertas relacionadas a esportes, como relatado em coberturas de mercado durante 2025.
Hedge legítimo vs gambling: por que o debate fica mais duro em esportes
Em temas como taxa de juros, inflação ou política monetária, o argumento de “instrumento financeiro” é mais intuitivo para parte do público.
Em esportes, a percepção muda:
- se parece com sportsbook, estados tratam como sportsbook
- se é oferecido em app de investimento, o debate vira reputação e proteção ao consumidor
A Reuters descreveu exatamente esse ponto de fricção ao reportar a intervenção da CFTC em contratos ligados ao Super Bowl na Robinhood.
O risco real para o varejo: interrupção e mudança de regra
Antes de decidir, entenda a natureza do risco aqui:
- você pode estar certo no evento e ainda assim enfrentar fricção operacional
- o produto pode mudar, sair do ar ou ser restringido por localidade
- a plataforma pode ajustar limites, elegibilidade e horários
Isso não é “detalhe”. É o tipo de risco que destrói consistência de estratégia.
Como agir com responsabilidade ao observar esse mercado
- trate contratos de evento como produto de alto risco, especialmente em esportes
- evite operar “no calor” de disputa regulatória
- limite exposição e não transforme notícia em gatilho emocional
Não existe ganho garantido e produtos binários tendem a amplificar impulsividade.
Seção de FAQ
Event contracts nos EUA são legais?
Depende do tema e da jurisdição. Há disputas entre regulação federal e leis estaduais; Connecticut publicou ordem para cessar operações relacionadas a contratos de evento em sua jurisdição.
O que aconteceu em Connecticut com Kalshi, Robinhood e Crypto.com?
O estado ordenou que cessassem atividades enquadradas como jogo online não licenciado.
A CFTC já interferiu em contratos de evento ligados a esportes?
A Reuters reportou pedido da CFTC para a Robinhood reverter/pausar a expansão de contratos relacionados ao Super Bowl.
Qual o maior risco para o investidor nesse cenário?
Risco operacional: mudança de regras, interrupção, catálogo variável por estado e execução mais difícil.
Vale a pena operar esportes por contratos sim/não?
É um produto de alto risco e, no momento, também carrega risco regulatório. Se alguém insistir, a recomendação responsável é limitar exposição e evitar operar por manchete.
Conclusão
O avanço de event contracts nos EUA está criando um novo tipo de risco: compliance por estado. Em esportes, isso aparece com ordens de cessar em alguns estados e pressões regulatórias que mudam a disponibilidade do produto.
A postura madura é tratar esse mercado como alto risco e priorizar gestão de risco e leitura de jurisdição.



