Novembro de 2025 entrou para a história como um pós-crash do mercado de criptomoedas digno de livro de texto.
Em poucas semanas:
- Mais de US$ 1 trilhão em valor de mercado foram apagados, com o market cap caindo de cerca de US$ 4,2 tri para menos de US$ 3 tri.
- O Bitcoin despencou cerca de 30 a 31% do topo acima de US$ 125 a 126 mil para a região dos US$ 86 a 87 mil.
- O Ethereum caiu mais de 40% a partir do pico, segurando agora próximo de US$ 2,8 a 3 mil.
- O Fear & Greed Index cripto mergulhou em “medo extremo”, com leituras na casa de 10 a 20, as mais baixas desde a pandemia.
Hoje, em vez de mais queda vertical, o que vemos é consolidação do Bitcoin em torno de US$ 87 mil e um mercado inteiro andando de lado, tentando entender se isso é:
- só uma pausa antes de mais queda,
- ou o início de um fundo de ciclo mais longo.
Neste artigo, vamos direto ao ponto:
- O que de fato aconteceu nesse crash;
- O que significa essa fase de consolidação do Bitcoin em 87k;
- Como o medo extremo e os fluxos de capital entram no jogo;
- Cenários possíveis para o próximo ciclo;
- E como um brasileiro pode se posicionar sem cair em FOMO ou pânico.
1. O que aconteceu no crash de novembro: do topo histórico ao apagão de US$ 1 trilhão
Do eufórico ao traumático em poucas semanas
O ponto de virada veio em outubro:
- O Bitcoin fez topo acima de US$ 125 a 126 mil com forte apoio de ETFs, alavancagem e narrativa macro positiva;
- Em 10 de outubro, um evento de liquidação massiva derrubou quase US$ 19 a 30 bilhões em posições alavancadas, desencadeando um efeito dominó.
- A partir daí, o mercado entrou numa espiral de venda: liquidez secando, calls de margem, stops em cascata.
Resultado:
- Mais de US$ 1 trilhão em valor apagado do mercado cripto entre o pico de outubro e o fundo de novembro.
- Bitcoin com queda de 30 a 31%, Ethereum com quase 44% de drawdown.
Força motriz: alavancagem + macro + fluxo institucional
Três fatores se combinaram:
- Alavancagem excessiva
- Longs muito alavancados foram forçados a liquidar na queda, amplificando o movimento.
- Macro mais duro
- Medo de juros mais altos por mais tempo, menor apetite a risco e realização em ativos de risco (incluindo cripto).
- Saída de capital institucional
- ETFs de Bitcoin registrando semanas seguidas de outflows pesados;
- Long-term holders realizando dezenas de milhares de BTC em novembro.
Esse combo explica por que o pós-crash do mercado de criptomoedas foi tão violento em valor absoluto.
2. O que é a consolidação do Bitcoin em torno de US$ 87 mil?
Depois do estrago inicial, o mercado entrou em outra fase: lateralização.
Bitcoin “parado” em 87k, ETH travado abaixo de 3k
Dados recentes mostram:
- Bitcoin oscilando perto de US$ 87.000 a 88.000, com pequenas altas e baixas diárias, mas sem tendência clara;
- Ethereum preso na faixa de US$ 2,8 a 3,0 mil, sem força para recuperar patamares de antes do crash.
Analistas descrevem isso como:
“Fase de consolidação: o mercado digere o choque, reavalia posições e aguarda novo gatilho de direção.”
O que caracteriza essa consolidação
Alguns pontos típicos:
- Volumes menores do que no auge do pânico, mas ainda acima de períodos “normais”;
- Faixa de preço relativamente bem definida (no caso do BTC, algo como US$ 82k a 92k);
- Oscilações fortes intradiárias, mas sem rompimentos sustentados nem para cima nem para baixo.
Em termos simples:
o mercado está respirando depois da pancada, tentando decidir se esse nível faz sentido como “novo normal” ou se ainda é caro.
3. Medo extremo: o sentimento atende pelo nome de “pós-crash”
O pós-crash do mercado de criptomoedas não é só preço: é psicológico.
Fear & Greed em “extreme fear”
O índice de medo e ganância:
- Caiu para valores em torno de 10 a 20, classificados como “extreme fear”, os mais baixos desde o crash da COVID em 2020;
- Mesmo com o BTC tentando se segurar em US$ 87 a 88k, o sentimento permanece muito pessimista, com o mercado “travado” no medo.
Historicamente, esses níveis de medo:
- Muitas vezes aparecem em fases de capitulação ou logo após;
- Mas não garantem fundo às vezes o mercado fica semanas ou meses em clima de medo antes de reverter de verdade.
O que isso significa para o próximo ciclo
“Medo extremo” costuma sinalizar:
- Menos apetite especulativo em alts e memecoins;
- Fuga de varejo mais frágil;
- Reentrada seletiva de players mais profissionais, que olham assimetria de longo prazo.
Para o próximo ciclo, isso sugere uma transição de:
- Fase de euforia & tudo sobe → para
- Fase de seleção & assimetria: o mercado tende a ficar mais exigente com projetos, narrativa e fundamentos.
4. Cenários para o próximo ciclo: alta, lateralização ou nova perna de queda?
Ninguém consegue cravar o futuro, mas dá para organizar os cenários plausíveis.
Cenário 1 – Consolidação como plataforma para recuperação gradual
Tese:
- O crash foi principalmente uma limpeza de alavancagem;
- Com juros potencialmente ficando mais amigáveis e ETFs estabilizando, o mercado pode construir uma base em torno de 80 a 90k;
- Após um período de lateralização, BTC e ETH voltariam a subir de forma mais lenta, com menos euforia e mais seletividade.
O que reforça essa visão:
- Alguns analistas falando em “tactical bottom” com medo extremo e posição técnica sobrevendida;
- Expectativas de melhora em liquidez global, se cortes de juros se confirmarem.
Cenário 2 – Lateralização longa (chato, mas comum)
Tese:
- O pós-crash do mercado de criptomoedas entra numa fase de “mar morto”, com meses de preços andando de lado;
- BTC oscila em faixas relativamente amplas (80k–100k), sem romper topos nem fazer novos fundos profundos;
- Altcoins sofrem mais, com rotação de capital para nomes mais sólidos.
Esse cenário é cruel porque:
- Mata a paciência de quem quer “ação” todo dia;
- Mas é exatamente onde construir posição com calma faz mais sentido, para quem pensa em anos, não em dias.
Cenário 3 – Nova perna de queda, testando regiões mais baixas
Tese:
- A consolidação em 87k é apenas um “intervalo” antes de nova pernada para baixo;
- Se níveis-chave não forem retomados (como zona de 90–95k que alguns analistas apontam), o BTC poderia testar novamente a faixa dos 80k ou até abaixo;
- Um choque macro extra, nova rodada de saídas em ETFs ou evento de risco poderia ser o gatilho.
Não é cenário impossível. Por isso, qualquer estratégia no pós-crash do mercado de criptomoedas precisa considerar que:
“Pode ficar barato. E ainda assim ficar mais barato antes de melhorar.”
5. Como um investidor brasileiro pode se posicionar no pós-crash do mercado de criptomoedas
5.1. Aceitar que volatilidade faz parte do jogo
Primeiro ponto:
Bitcoin ainda está muito acima dos níveis de 2024, mesmo após o crash, e continua sendo um ativo extremamente volátil.
Isso significa:
- Não dá para tratar BTC/ETH como “renda fixa disfarçada”;
- Exposição em cripto precisa ser proporcional ao seu perfil de risco e horizonte de tempo.
5.2. Três atitudes práticas no pós-crash
- Rever tamanho de posição
- Pergunta-chave: “Se o BTC cair mais 30% a partir daqui, eu sobrevivo emocionalmente/financeiramente?”
- Se a resposta for não, significa que a posição está grande demais.
- Pensar em DCA (compra programada), não em all-in
- Em consolidação, faz mais sentido distribuir entradas no tempo do que tentar acertar o “fundo perfeito”;
- DCA reduz o impacto de escolher um único preço de entrada errado.
- Separar caixa para oportunidades
- Não estar 100% comprado permite aproveitar eventuais novas pernadas de baixa;
- Em pós-crash, quem tem caixa costuma ter vantagem sobre quem está alavancado.
5.3. Gestão de risco acima de tudo
Algumas regras saudáveis:
- Cripto como percentual da carteira total, não como 100% do patrimônio;
- Evitar alavancagem alta em momentos de volatilidade absurda;
- Ter uma estratégia clara de rebalanceamento (vender um pouco na alta, recomprar na baixa, dentro de limites).
FAQ – Perguntas frequentes sobre o pós-crash do mercado de criptomoedas
1. O que significa “pós-crash do mercado de criptomoedas”?
É o período logo após uma queda forte e rápida de preços, como a de novembro de 2025, quando mais de US$ 1 trilhão em valor sumiu do mercado e o Bitcoin caiu cerca de 30% do topo. Nessa fase, o mercado entra em consolidação, com preços andando de lado enquanto os players ajustam posições.
2. Bitcoin em 87 mil dólares é sinal de fundo ou só de pausa?
Ninguém consegue afirmar com certeza. O preço em US$ 87k pode ser tanto uma base de recuperação quanto apenas um patamar temporário antes de nova queda. O que os dados mostram é que essa faixa virou zona de consolidação, onde compradores e vendedores estão brigando por direção.
3. O medo extremo indica que é hora de comprar?
Históricamente, períodos de medo extremo aparecem perto de oportunidades, mas não marcam sempre o fundo exato. O índice de medo e ganância abaixo de 20 sinaliza pessimismo exagerado, mas o preço pode continuar fraco por semanas ou meses. Gestão de risco e compras graduais fazem mais sentido do que tentar acertar o ponto perfeito.
4. Quanto tempo dura a consolidação após um crash de criptomoedas?
Varia muito. Alguns crashes foram seguidos de recuperação em poucos meses; outros ficaram em lateralização por 1 a 2 anos antes de retomar tendência forte. O tempo depende de fatores macro (juros, liquidez), fluxos institucionais, regulação e narrativa do ciclo.
5. É seguro aumentar posição em Bitcoin e Ethereum nesse pós-crash?
“Seguro” não é uma palavra que combina com cripto. O que dá para dizer é: faz sentido para quem tem horizonte de longo prazo, aceita a volatilidade e monta a posição com percentual saudável da carteira, sem alavancagem exagerada. Sempre existe risco de nova queda, mesmo depois de um crash grande.
Conclusão: o que essa consolidação em 87 mil dólares realmente diz
O pós-crash do mercado de criptomoedas em 2025 já está marcado por:
- Um apagão de mais de US$ 1 trilhão em valor;
- Um Bitcoin consolidando em torno de US$ 87 mil e um Ethereum preso perto de US$ 3 mil;
- Um mercado dominado por medo extremo, com varejo machucado e institucionais mais seletivos.
O recado principal:
- Não é hora de se iludir com promessas de recuperação instantânea;
- Nem de decretar o “fim” das criptomoedas por causa de um ciclo ruim;
- É o momento de entender contexto, ajustar tamanho de risco e pensar em ciclo inteiro, não em um mês isolado.



