Conheça alternativas às opções binárias: event contracts sob debate na CFTC, opções listadas e ETFs com opções (covered call, buffer e defined outcome), com riscos.
Muita gente não quer “binárias”. Quer uma coisa específica: payoff assimétrico e resultado definido. O problema é buscar isso em ambientes com baixa transparência e alto risco operacional.
A boa notícia é que existem caminhos mais estruturados mas todos têm trade-offs e exigem entendimento. Nos EUA, por exemplo, o debate sobre event contracts ganhou força com proposta formal da CFTC para definir melhor o que seria contrário ao interesse público.
E houve mudança relevante no caso Kalshi, com a CFTC se movendo para desistir de um recurso que envolvia contratos ligados a eleições, segundo reportagem da Reuters.
No próximo tópico você vai ver a diferença central: estrutura regulatória e transparência não eliminam risco, mas mudam o jogo.
Event contracts e opções listadas como “primos” mais regulados do binário
Event contracts
A CFTC publicou proposta para emendar a regra 40.11 e especificar tipos de event contracts (incluindo “gaming”) considerados contrários ao interesse público.
Na prática, isso significa que o espaço pode existir, mas com restrições por categoria e com disputa jurídica/regulatória.
O que o investidor precisa entender:
- o produto pode mudar por regra/decisão
- há risco regulatório real
- “permitido” não significa “adequado para todo varejo”
Opções listadas (bolsa)
Opções listadas têm riscos altos, mas tendem a ser mais padronizadas e com material educativo formal. A SEC mantém boletins para investidores sobre opções e seus riscos, incluindo volatilidade perto do vencimento e possibilidade de perda total do prêmio.
A FINRA também descreve opções como derivativos com potencial de ganho e perda, reforçando que não são para todos e exigem entendimento.
A diferença prática é que você sai do “resultado binário em plataforma” e entra num ecossistema com regras, requisitos e documentação.
ETFs com opções como “atalho estruturado” para renda e proteção
Se a motivação é “resultado definido”, alguns ETFs tentam empacotar isso.
Covered call ETFs (renda via prêmio)
Em 2025, covered call funds nos EUA atraíram inflows recordes, segundo a Reuters, puxados por investidores buscando yield e alguma redução de volatilidade, com o custo de limitar parte do upside.
O ponto é: não é binário, mas é um trade-off claro.
Buffer e defined outcome ETFs (proteção parcial com cap)
Buffer ETFs também ganharam atenção em períodos de estresse; reportagem da Reuters destacou entradas e a lógica de “menos downside, menos upside”.
E a compra da Innovator pela Goldman Sachs (anunciada oficialmente pela Goldman) reforça o tamanho e a institucionalização do segmento de defined outcome ETFs.
Aqui a mensagem é direta: proteção existe, mas vem com custo (cap, janela, timing).
Como escolher sem cair na ilusão do “binário controlado”
- defina o objetivo (renda, proteção, assimetria, hedge)
- limite tamanho de posição
- compare retorno total, não só distribuição
- entenda regras (cap, janela, rolagem)
- aceite que risco não desaparece
Seção de FAQ (Perguntas Frequentes)
Existe alternativa regulada para opções binárias?
Existem estruturas diferentes (event contracts em certos mercados, opções listadas e ETFs com derivativos), mas cada uma tem regras e riscos próprios.
O que a CFTC está fazendo com event contracts?
A CFTC propôs alterações para especificar tipos de contratos (incluindo “gaming”) considerados contrários ao interesse público.
Opções listadas são mais seguras?
Não necessariamente. Elas são arriscadas e podem expirar sem valor; a diferença é maior padronização e material educativo/estrutura.
Covered call ETF é garantia de renda?
Não. Pode gerar distribuição, mas limita upside e varia conforme volatilidade e mercado; houve inflows recordes em 2025 por busca de yield, não por “certeza”.
Buffer/defined outcome elimina perdas?
Não. Reduz parte da queda dentro de regras e prazos, com custo em cap e timing.
Conclusão
As alternativas às opções binárias existem, mas nenhuma transforma risco em certeza. A diferença é estrutura: mais transparência, mais regras, mais documentação e, idealmente, menos risco operacional. Se o seu objetivo é assimetria, o caminho responsável é escolher instrumento, entender trade-offs e aplicar gestão de risco.



