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Visa abre liquidação em USDC via Solana: o que isso muda na infraestrutura de pagamentos

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Visa abre liquidação em USDC via Solana para instituições nos EUA, acelerando stablecoin como trilho de tesouraria e settlement contínuo.

Introdução

Quando um gigante de pagamentos mexe na camada de “liquidação” (o back-end que realmente fecha as contas), a mudança costuma ser maior do que parece. A notícia de que a Visa passou a permitir que bancos e parceiros nos EUA liquidem obrigações usando USDC via Solana, com funcionamento contínuo, não é sobre “cartão virar cripto”. É sobre transformar stablecoin em trilho de infraestrutura: um caminho mais direto para movimentar valor entre instituições, sem precisar esperar janelas bancárias tradicionais.

Esse tipo de movimento tende a ser silencioso para o consumidor, mas muito barulhento para o mercado. Ele mexe com tesouraria, gestão de liquidez, custos operacionais e até com a disputa por quem controla o “encanamento” financeiro do futuro.

O que significa “liquidação em USDC” na prática

Liquidação é o momento em que o dinheiro efetivamente muda de lado no nível institucional. No caso descrito, a ideia central é simples:

  • A experiência do cartão para o usuário final não muda
  • A mudança acontece na camada entre instituições, onde obrigações são compensadas e liquidadas
  • USDC entra como um ativo de liquidação, funcionando como “moeda operacional” para acertar contas de forma contínua
  • Solana entra como o trilho tecnológico que viabiliza a movimentação rápida e com disponibilidade ampla

Em outras palavras, stablecoin deixa de ser apenas “um ativo cripto” e passa a ser tratada como ferramenta de pagamento interbancário/entre parceiros, com lógica parecida à de infraestrutura de mercado.

Por que isso acelera a tese de stablecoin como trilho de liquidação

Stablecoins ganharam adoção por promessa de eficiência, mas a maturidade real aparece quando elas viram rotina de back-office. O salto de credibilidade vem de três pontos:

Continuidade operacional

A possibilidade de liquidação contínua melhora previsibilidade de caixa e reduz dependência de horários bancários. Para instituições que operam globalmente, isso é menos “conveniência” e mais “vantagem operacional”.

Redução de fricção em tesouraria

Quando a liquidação pode ocorrer com menos atrito, a tesouraria corporativa tende a precisar de menos colchão de liquidez parado “por garantia”. Isso pode melhorar eficiência de capital.

Integração com processos existentes

O valor não está em “substituir tudo”, mas em encaixar stablecoin onde ela resolve um gargalo: conciliação, settlement e movimentação rápida entre participantes autorizados.

Por que a escolha de Solana importa

Quando a liquidação usa uma blockchain específica como trilho, o mercado lê isso como um sinal sobre requisitos práticos de infraestrutura, como:

  • capacidade de processar alto volume com estabilidade
  • previsibilidade operacional para uso institucional
  • eficiência de custo em transações recorrentes
  • disponibilidade e tempo de confirmação compatíveis com processos financeiros

Importante: isso não transforma automaticamente uma rede em “padrão definitivo”. Infraestrutura financeira é conservadora e redundante por natureza. Mas quando um player desse porte executa um fluxo real, ele cria referência e puxa ecossistema (provedores, auditoria, integrações, compliance).

Quem ganha e quem precisa se adaptar

Esse tipo de mudança tende a beneficiar alguns grupos e pressionar outros.

Bancos e instituições que querem operar com liquidação mais rápida

Ganham um novo instrumento para gerir caixa e acerto de contas, principalmente em cenários internacionais ou fora do horário bancário.

Emissores de stablecoins e infraestrutura de custódia

Ganham validação do caso de uso “rail”, que é diferente de especulação. Mas também ficam mais expostos a exigências de transparência, governança e padrões de compliance.

Redes e provedores de infraestrutura

Ganham demanda por confiabilidade, monitoramento e segurança operacional. A conversa passa a ser “SLA e risco operacional”, não “hype”.

O sistema tradicional

Precisa se adaptar porque o conceito de “liquidação” deixa de ser exclusividade de rails bancários. Isso não significa substituição imediata, mas significa concorrência de arquitetura.

Exemplo prático para entender o impacto

Imagine um parceiro que precisa liquidar obrigações com frequência, inclusive em finais de semana.

No modelo tradicional, ele costuma:

  • esperar janela bancária
  • carregar saldo extra para cobrir intervalos
  • lidar com conciliações mais lentas

No modelo com liquidação contínua via USDC:

  • o acerto pode ocorrer com menos dependência de janelas
  • a tesouraria pode operar com maior precisão
  • a conciliação tende a ser mais “instantânea” no nível de registro

Ainda assim, existem custos e riscos que continuam: custódia, regras internas, limites, governança, controle de contrapartes e políticas de compliance.

Riscos e cuidados que não podem ser ignorados

Mesmo sendo um avanço de infraestrutura, ainda há riscos importantes para qualquer tema que envolva stablecoins e cripto:

  • risco operacional e de integração (erros de processo, falhas de sistemas, dependência de provedores)
  • risco de compliance (KYC/AML, rastreabilidade, políticas internas e exigências regulatórias)
  • risco de contraparte (quem segura, quem executa, quem responde em incidentes)
  • risco de mercado e de liquidez em cenários extremos (quando “tudo corre ao mesmo tempo”)

Isso não é argumento contra a tecnologia. É argumento a favor de implementação com governança e gestão de risco, sem narrativa de “solução mágica”.

O que observar daqui para frente

Se esse movimento for evoluir, alguns sinais tendem a aparecer:

  • ampliação do número de participantes institucionais usando o trilho
  • crescimento de volumes liquidados de forma recorrente, não só piloto
  • expansão para outros mercados, moedas e arranjos de tesouraria
  • fortalecimento de padrões de auditoria, custódia e controles
  • convivência com múltiplos trilhos (não apenas um)

FAQ

O que é liquidação em USDC na Visa?

É o uso de USDC como instrumento para acertar contas institucionais de forma operacional, sem necessariamente alterar a experiência do cartão para o consumidor.

Isso significa que o cartão vai virar “pagamento em cripto”?

Não necessariamente. A mudança descrita ocorre no back-end institucional, na camada de settlement, e pode ser invisível para o usuário final.

Por que usar stablecoin em vez de rails bancários tradicionais?

Porque stablecoin pode funcionar como trilho contínuo de tesouraria e liquidação, reduzindo fricções de horário e aumentando eficiência operacional em certos fluxos.

Qual o papel da Solana nisso?

Solana entra como infraestrutura tecnológica para registrar e transportar a liquidação de forma rápida e disponível, dentro do desenho operacional escolhido.

Quais são os principais riscos desse modelo?

Risco operacional, risco de compliance, risco de contraparte e risco regulatório. Mesmo em ambiente institucional, gestão de risco continua sendo obrigatória.

Conclusão

A abertura de liquidação institucional em USDC via Solana é um sinal forte de que stablecoins estão migrando do “mercado” para a “infraestrutura”. Não é sobre trocar o cartão por cripto; é sobre tornar a liquidação mais contínua e eficiente no nível de tesouraria e settlement. Para quem acompanha mercado digital com visão estratégica, esse tipo de anúncio costuma ser mais importante do que muitas manchetes de preço.

Diego Alberto

Escritor

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