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LUNA sobe cerca de 42%, enquanto WIF, ZEN, RSR e outras desabam em um dia fraco para o mercado cripto. Entenda o que esse rali seletivo de altcoins revela e como um trader deve interpretar esse tipo de movimento.
Introdução: dia vermelho, mas com “ilhas” verdes bem barulhentas
Hoje o cenário cripto é aquele clássico:
- mercado geral fraco,
- Bitcoin e Ethereum pressionados,
- mas algumas altcoins disparando como se nada estivesse acontecendo.
Segundo o diário de mercado da CoinCodex, entre as 200 maiores criptomoedas do dia, o destaque foi:
- Terra (LUNA) com alta de aproximadamente +42%,
- SuperVerse, Monero (XMR), Chiliz (CHZ) e Sei (SEI) também entre as maiores altas,
- enquanto Horizen (ZEN), Dogwifhat (WIF), Reserve Rights (RSR), Pudgy Penguins (PENGU) e Core DAO (CORE) aparecem entre as piores quedas.
A própria plataforma ainda elegeu Sei (SEI) como “Coin of the Day”, mesmo com os indicadores técnicos apontando sentimento bearish.
Ou seja: o mar está agitado, mas alguns barcos estão surfando ondas específicas.
A questão é: isso é oportunidade ou armadilha?
Vamos destrinchar o que esse tipo de dia costuma significar e como um trader responsável pode usar (ou ignorar) esse tipo de ranking.
1. Panorama do dia: mercado fraco, volatilidade concentrada em altcoins
Antes de olhar nome por nome, vale entender o contexto:
- Quando o mercado está fraco no agregado, é comum ver
- Bitcoin e grandes caps relativamente estáveis ou em leve queda,
- e um punhado de altcoins explodindo (para cima ou para baixo) por motivos específicos:
- notícia pontual,
- listagem ou deslistagem,
- mudança de tokenomics,
- especulação de curto prazo,
- manipulação de fluxo em projetos menores.
- O ranking de top ganhadores (gainers) e top perdedores (losers) serve mais como termômetro de volatilidade do que como lista de “boas oportunidades” automaticamente.
Com isso em mente, vamos olhar as duas pontas do ranking.
2. Top ganhadores: LUNA, SuperVerse, XMR, CHZ e SEI
2.1. LUNA: o fantasma do passado voltando a assombrar traders
Ver Terra (LUNA) entre as maiores altas do dia com algo em torno de +42% sempre acende sinal amarelo.
Por quê?
- LUNA carrega o histórico de um dos maiores colapsos da história cripto, ligado à ruína da stablecoin TerraUSD (UST) e à destruição de dezenas de bilhões de dólares em valor.
- Hoje, a marca continua existindo em versões diferentes de token, mas como ativo altamente especulativo, com risco extremo.
Uma alta diária desse porte geralmente está associada a:
- especulação de curto prazo,
- movimentação de baleias,
- notícias pontuais ou pura rotação de risco em busca de “bomba do dia”.
Ponto chave:
Alta de 40% em um ativo com esse histórico não transforma LUNA em investimento seguro. Para muitos traders experientes, é um terreno para operações táticas de curtíssimo prazo, com stop bem definido e, muitas vezes, é algo que simplesmente se evita.
2.2. SuperVerse, Monero (XMR) e Chiliz (CHZ): narrativas específicas
Outros ganhadores do dia aparecem com narrativas mais claras:
- SuperVerse: ligado a jogos, metaverso ou ecossistema de entretenimento, tende a reagir a notícias de parceria, listagem ou hype de curto prazo em gaming.
- Monero (XMR): cripto focada em privacidade forte, que costuma se mover em ondas próprias, reagindo a debates sobre censura, rastreabilidade e regulações.
- Chiliz (CHZ): ligada ao universo de fan tokens e esportes, pode ganhar tração com notícias de clubes, campeonatos ou lançamentos de produtos.
Nesses casos, a alta do dia pode ser mais fácil de encaixar no contexto de:
- notícia pontual,
- expectativa de evento,
- ou simples rotação de capital entre setores (DeFi, memes, privacidade, gaming, esportes etc.).
Mas, de novo, alta de um dia não conta a história inteira: é preciso olhar tendência, volume, fundamento, liquidez e contexto de risco.
2.3. Sei (SEI): “Coin of the Day” mesmo com sentimento bearish
A Sei (SEI) tem uma curiosidade a mais:
- foi escolhida como “Coin of the Day” pela CoinCodex,
- ao mesmo tempo em que os indicadores técnicos de curto prazo apontam sentimento bearish.
Isso mostra duas coisas importantes:
- A métrica de “coin of the day” pode considerar mais do que só gráfico por exemplo:
- volume,
- atividade de desenvolvedores,
- notícia relevante,
- interesse de mercado.
- Mesmo altcoins com boa narrativa estrutural podem estar em momento técnico ruim, e o inverso também é verdade.
Mensagem para o trader:
Selo de destaque (“Coin of the Day”, trending, top searched) não substitui análise própria. Pode ser ponto de partida, mas nunca ponto final.
3. Top perdedores: ZEN, WIF, RSR, PENGU, CORE
Na outra ponta do ranking, temos as moedas que mais apanharam no dia:
- Horizen (ZEN): cerca de –12%;
- Dogwifhat (WIF): quase –10%;
- Reserve Rights (RSR), Pudgy Penguins (PENGU) e Core DAO (CORE) entre as maiores quedas.
3.1. Memecoins e tokens de narrativa: WIF e PENGU
Dogwifhat (WIF) e Pudgy Penguins (PENGU) são exemplos claros de tokens que vivem da mistura de:
- marca + comunidade + meme + narrativa.
Quando o mercado está otimista, esses ativos podem subir em múltiplos absurdos; quando o clima vira, são justamente eles que:
- sofrem realizações mais agressivas,
- viram alvo de saída de capital,
- podem ter quedas de dois dígitos em poucas horas.
É a cara de um perfil risco:
em dias bons, sobem mais que o resto;
em dias ruins, caem mais que o resto.
3.2. Projetos de infraestrutura e utilidade: ZEN, RSR, CORE
Já Horizen (ZEN), Reserve Rights (RSR) e Core DAO (CORE) têm propostas mais técnicas (infraestrutura, governança, protocolos diversos).
Quedas fortes podem estar associadas a:
- fluxo de realização após altas recentes,
- saída de capital de nichos específicos,
- ou simplesmente a vida normal de altcoins num dia ruim de mercado:
- liquidez menor que blue chips,
- spread maior,
- slippage mais pesado.
O ponto é o mesmo: queda grande em um dia não significa automaticamente que o projeto acabou, mas também não é sinal de “promoção garantida”.
4. O que esse tipo de dia revela sobre o ciclo de mercado?
Quando o mercado geral está fraco, mas:
- algumas altcoins explodem,
- outras derretem,
- e o Bitcoin fica mais “parado” ou cai menos,
isso costuma sinalizar:
- Rotação de risco
- parte do mercado sai de projetos mais arriscados,
- outra parte tenta “acertar a loteria” em bombas de curto prazo.
- Liquidez seletiva
- há capital atento a narrativas específicas (privacidade, gaming, memecoins, infra, L2s etc.);
- mas não há força compradora ampla suficiente para puxar tudo ao mesmo tempo.
- Mercado de trader, não de investidor distraído
- esse ambiente tende a favorecer quem está disciplinado, rápido e com gestão de risco,
- e punir quem está entrando atrasado em hype de altcoin sem entender o que está fazendo.
5. Como um trader pode usar (ou ignorar) rankings de top gainers/perdedores
5.1. Como usar de forma inteligente
Você pode usar esses rankings para:
- mapear onde está a volatilidade no dia;
- identificar narrativas que o mercado está precificando agora (memes, privacidade, esportes, infra etc.);
- montar um watchlist:
- projetos para estudar com calma,
- tokens que você só opera em condições muito específicas,
- ativos que merecem ficar totalmente fora do seu universo.
5.2. O que NÃO fazer
O grande erro é usar o ranking como:
- lista de “o que comprar agora”,
- confirmação de que “se subiu 40% hoje, vai continuar subindo amanhã”.
Lembre-se:
- altcoins que sobem 40% também podem cair 30 a 50% na sequência;
- rankings são foto de um dia, e não filme completo do projeto;
- sem gestão de risco (tamanho de posição, stop, limite de perda), esse tipo de lista vira isca perfeita para FOMO.
FAQ – Perguntas frequentes sobre os ganhadores e perdedores do dia
1. Vale a pena comprar LUNA depois de uma alta de 40% no dia?
Em geral, esse tipo de movimento em LUNA é mais sinal de especulação extrema do que de investimento. O histórico de colapso do ecossistema Terra é um risco enorme. Se a pessoa optar por operar, deveria tratar como trade de altíssimo risco, com capital pequeno e stop bem definido e nunca como “investimento seguro”.
2. Por que algumas altcoins sobem forte mesmo com o mercado em queda?
Porque cada token responde a fatores próprios:
- notícias específicas,
- rotação de capital entre setores,
- manipulação de fluxo,
- ações de baleias.
Em dias de mercado fraco, pequenos fluxos podem gerar movimentos grandes em ativos com liquidez limitada.
3. “Coin of the Day” significa que é hora de comprar SEI?
Não. “Coin of the Day” é apenas um selo de destaque da plataforma, baseado em critérios que podem incluir volume, interesse, atividade de mercado etc. Ele não substitui análise própria de tendência, fundamento, risco e contexto macro.
4. Queda forte em tokens como WIF ou PENGU é oportunidade ou sinal de sair correndo?
Depende do seu perfil e da sua estratégia:
- para quem já está posicionado, pode ser ponto de revisar tese, risco e tamanho de exposição;
- para quem está de fora, entrar só porque “ficou barato” é perigoso memecoins podem continuar caindo ou ficar paradas por muito tempo.
5. Como usar rankings de top gainers e losers sem cair em FOMO?
Use como:
- mapa de volatilidade,
- gatilho para estudo,
- e ponto de partida para mapear narrativas.
Não use como:
- “listinha de compra automática”,
- justificativa para aumentar alavancagem,
- ou substituto de um plano de trade com regras claras.
Conclusão: o ranking do dia é barulhento, mas o que importa é sua disciplina
Dias em que:
- LUNA sobe mais de 40%,
- SEI recebe selo de destaque,
- WIF, ZEN, RSR, PENGU e CORE aparecem entre os maiores tombos,
são dias perfeitos para manchete e perigosos para quem opera sem plano.
O trader que sobrevive e evolui nesse ambiente é aquele que:
- vê esses rankings como informação, não como ordem de compra,
- sabe diferenciar narrativa de fundamento,
- e respeita gestão de risco até quando o FOMO grita.



